
Estava ela a vagar pela rua. Tinha rugas, cabelos brancos e poderia parecer sedentária, mas não era. Todas as noites ela dava umas corridinhas no quarteirão. Morava na casa de cor salmão que eu tanto gostava. Tinha uma rede na varanda onde todas as tardes se deitava. Seu nome eu não sei. E nem pretendo saber. Fica mais misterioso, sabe? Mas sei que um garoto do meu colégio, da minha sala, que senta na minha frente, vai todos os finais de semana para lá.
Todos os finais de semana eu observo-o, com sua roupa antiga, seu tênis branco, seu cabelo curto, seus olhos pequenos. Sempre carrega uma rosa branca na ida e um girassol bem amarelo na volta.

Um dia que ele estava lá, eu decidira tocar a campainha. Nem precisei tocar, ele apareceu. Deu-me um olá alegre e perguntou se eu estava a procura de sua avó. Disse-lhe que não, que havia me enganado, que aquela não era a casa que eu procurava.
Já ia indo embora quando ele me chamou: “Felipe... Cuidado!”. Depois disso fui atingido por um carro onde um cara bêbado estava dirigindo. Na hora eu pensei nas possibilidades do meu futuro: ficar paraplégico, morrer... Pensei.
yeah yeah yeahs - hyperballad (björk cover)
hou hou hou
ResponderExcluire uma caneca de rum