pausa.
Grande parte dos seus conhecidos falava mal dela, inclusive a irmã, mas naquele dia...
Naquele dia em que ela chegara atrasada, lá pela segunda aula, mas não conseguiu subir (o tempo de tolerância já havia se esgotado ou... não importa)... Chegou atrasada e sentou naquele "banco”.
Ele estava de aula vaga, na quadra do colégio, ouvindo músicas e ora olhando os meninos jogarem o futebol, ora os que não estavam jogando conversarem, ora o movimento da rua, já que estava sentado na parte mais alta da arquibancada.
Ele a viu sentada, recostada... Parecia-lhe amigável, dócil, ingênua. E solitária. Não sei, todos falavam mal dela, que ela era falsa, grossa, vulgar... Certo que ele já havia visto exemplos vivos dessas tais atitudes dela, mas naquele momento... Naquele momento ele se esqueceu de tudo aquilo.
[...]
Ela pegou suas bolinhas de malabares, feitas de alpiste e bexiga provavelmente, e começou a treinar, treinar com as bolinhas. Jogava-as para cima com uma mão, pegava-as com a outra e com essa outra passava as bolinhas para a primeira mão, isso enquanto jogava outras bolinhas para cima... Repetidamente; e rapidamente. Parecia para ele simplesmente pura e dócil. Se não fosse por seu medo da reação das pessoas e por realmente não conhecer ela o bastante, teria falado com ela.
Bateu o sinal, ela subiu. Ele permaneceu, no seu lugar, pois a aula que estava sendo vaga era na verdade duas.
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