então, o que será de mim no fim de tudo - no início do fim de tudo? estarei navegando em águas rasas e claras ou mergulharei no profundo buraco escuro oceânico? não sei mais em quem acreditar se nem em mim mesmo posso talhar com faca uma gota de sangue. vai além do controle. como se um ponto final pudesse dar um fim destrutivo a isso tudo. se eu pusesse um ponto final, nada mais se agüentaria, nada ficaria em pé. um projeto em constante construção, além do infinito, onde as retas paralelas se encontram, infinito, sem limite, sem barreiras. para onde estarei caminhando desse jeito? desajeitado, com um pé meio torto, o outro calçado, tecido amarelo, levantando poeira ao descolar-se do chão grudento. minhas mãos cheias de tinta preta, piche de praxe. eu, boneco de piche? eu, como de praxe? minha prática grudenta de falsas sinonímias, do feno e grama mastigada; o cheiro de lírio do campo. eu não gosto das rosas que são rosas. nem vermelhas. em sumo, gosto do sumo das rosas incolores por dentro e cheirosas por fora, porque impregnam-se nos cheiros e sons. gosto do som das vozes roucas e baixas, gosto dos ronronares e do frigir dos ovos. meu verde e azul se complementam ao leve pousar da pena na poça e, quando a décima quinta letra do alfabeto se faz presente, ouvem-se os pesares, os pêsames do porvir daquilo que pertence à mim. o meu prr que cospe e tosse aos ouvidos atentos ao microfone, a reverberância inventada e a momentânea fala morna que se esquenta à medida que o som se propaga; esse mesmo prr que me faz querer sair das quatro paredes que me prendem no meu quarto-e-sala. a gente fala quando ainda é quente mas, para ouvir direito, é preciso esperar esfriar. e é nas águas chiaroscuras que eu proponho e me encontro. só me resta escolher o caminho a seguir.
domingo, 21 de agosto de 2011
então, o que será de mim no fim de tudo - no início do fim de tudo? estarei navegando em águas rasas e claras ou mergulharei no profundo buraco escuro oceânico? não sei mais em quem acreditar se nem em mim mesmo posso talhar com faca uma gota de sangue. vai além do controle. como se um ponto final pudesse dar um fim destrutivo a isso tudo. se eu pusesse um ponto final, nada mais se agüentaria, nada ficaria em pé. um projeto em constante construção, além do infinito, onde as retas paralelas se encontram, infinito, sem limite, sem barreiras. para onde estarei caminhando desse jeito? desajeitado, com um pé meio torto, o outro calçado, tecido amarelo, levantando poeira ao descolar-se do chão grudento. minhas mãos cheias de tinta preta, piche de praxe. eu, boneco de piche? eu, como de praxe? minha prática grudenta de falsas sinonímias, do feno e grama mastigada; o cheiro de lírio do campo. eu não gosto das rosas que são rosas. nem vermelhas. em sumo, gosto do sumo das rosas incolores por dentro e cheirosas por fora, porque impregnam-se nos cheiros e sons. gosto do som das vozes roucas e baixas, gosto dos ronronares e do frigir dos ovos. meu verde e azul se complementam ao leve pousar da pena na poça e, quando a décima quinta letra do alfabeto se faz presente, ouvem-se os pesares, os pêsames do porvir daquilo que pertence à mim. o meu prr que cospe e tosse aos ouvidos atentos ao microfone, a reverberância inventada e a momentânea fala morna que se esquenta à medida que o som se propaga; esse mesmo prr que me faz querer sair das quatro paredes que me prendem no meu quarto-e-sala. a gente fala quando ainda é quente mas, para ouvir direito, é preciso esperar esfriar. e é nas águas chiaroscuras que eu proponho e me encontro. só me resta escolher o caminho a seguir.
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