Aos poucos ia se desintegrando. Cada parte do corpo ia se dissolvendo. Braços, pernas, cabeça. Até que chegou ao pó. E do pó, dissolveu-se na água. Num copo d’água.
Dois meses após, passou por ali um garoto, morte de sede por sinal. Não havia ali bebedouro e nem mercados. E, além disso, o menino não tinha nem um tostão no bolso da calça azul escura. Morto de sede, o garoto agarrou o copo com tamanha agressividade que quase o quebrou. E com a mesma agressividade, bebeu a água, num só gole. Pôs fim ao pó dissolvido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário