segunda-feira, 22 de junho de 2009

existem aqueles momentos em que não queremos realmente que nos entendam (ou somos nós mesmos que não nos entendemos e não sabemos como explicarmo-nos)

as pessoas não sabem o som da sua voz.

sentam-se todas ao redor da mesa, tentam te escutar. mas só conseguem falar e falar. não porque querem, não porque tentam.
é uma gritaria. não porque gritam, mas porque não fazem questão do silêncio. é um sussurro em uníssono. um sussurro alto, formado por diversas vozes, composto dentro de uma sala de teatro. enorme. dezenas de pessoas em seus assentos vermelhos, poltronas, como preferirem.
pois a mim pouco importa. se elas querem falar, que falem. e que falem e falem.
o som do piano nunca se calará diante das tuas vozes e das tuas risadas incessantes. incessantemente irritantes.

e a minha voz, esta tão baixa, tão aguda ou tão grave – depende do ponto de vista... quero dizer, audição.
metade dela não lhes tenta dizer nada. metade dela não lhes tenta. pois tentação lhes é pecado. ou agora não é mais?

revejam-se os conceitos. pois numa mesa de jantar ou de salazar, pouco me importam os uníssonos ou as pequenas vaias. pouco me importa se os mais nobres estarão nos assentos corretos e se os acentos estarão corretos. agora não. não mais. antes sim. mas agora não.
e como não é não, não é.

o homem morto agora pode ser visto através de seus olhos. e nem assim eles se calam, podendo ouvir-te então a voz. não, eles não se importam com os poucos mortos. e nem com os poucos muitos. se é no ar ou no mar, pouco lhes importa. só lhes importa se lhes é conhecido ou parente. pare e pense: na frente do espelho, todos estamos nus. aqui, como sabino outrora me recomendara.

e o que é não falar do som nunca época onde já não se é feito mais o cinema mudo? não com tanta freqüência quanto antigamente. pois que não.

o som do floresta me cativa. alguns chamam-na de outros nomes. mas de que me adianta um nome se eu não sei chegar lá? o homem no espelho me responde que ainda sou muito novo para ter a resposta. e como um paredão que sobe, aparece-me à frente um monólito.
e de que me adianta um bloco de pedra num momento destes? kubrick nunca me influenciara tanto na vida!

dizem-me para tomar um formato. mas de quê me adianta um formato se eu não quero ter limitações? mas de quê me adiantaria a letra H nesse momento? a moça de cachos louros me responde, entre ações de pintar as unhas de vermelho e comer morangos, que tudo é relativo.
ora, se tudo é relativo! se tudo é relativo, de que me adianta estudar a história? de que me adianta dizer que estudo história? quando na verdade eu estudo uma mais específica: a história humana. é muita pretensão... (!!!)

diga doze. o número.

com a mão direita no seio esquerdo, ela agora olha para mim, finalmente. o momento que tanto esperei. a água do mar talvez faça a melhor trilha sonora. o melhor som que poderia haver nesse instante é o de água corrente.

a fala do francês me deixou terrivelmente irritado. não suporto esse tipo de gente nessas ocasiões. e ainda por cima me mandou sentar em cima do baú. mas que audácia a desse francês. amanhã ele descobrirá o frangote que é! ele há de descobrir. amanhã, sem mais delongas.

existe um momento em que chegamos ao limite.

a sombra me persegue por onde caminho.

caminho em linhas tortas.

o pedaço de bolo está chegando ao fim.

resta o outro lado; vire a folha.

a caneta já cansou de escrever.
e existe um momento em que chegamos ao limite.

2 comentários:

  1. ola tudo bem?
    procurando um imagem de girassois cheguei no seu blog, no post por van gogh por favor, e amei esse quadro de todos os que achei foi o q mais transmitiu o q eu quero. entretanto, nao consegui identificar o nome do pintor, nao é o van gogh ne? pq a assinatura nao me pareceu a dele... ou é? afinal sou leiga no assunto...
    de qualquer forma vou utilizar a imagem e por hora colocar como fonte seu blog, se vc puder me informar qual o pintor, ou se tiveer alguma objeçao a eu usar a imagem espero sua resposta.

    desde ja obrigada

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  2. muito obrigada por ter me respondido...
    bem ja que nao sabemos enfim quem pintou, vou deixar sem autor mesmo..
    :)
    bjo

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