sábado, 24 de julho de 2010

Roseando, eu queria.


Como eu deveria expor isso, eu nem sei. Sinto só que ela deveria ter dito mais do que disse, que eu deveria também ter escutado mais do que escutei. Mas a gente acaba dando prioridade às coisas mais desimportantes nos momentos mais especiais. Na verdade, a melhor palavra seria brilhosos, mas a idéia daquele momento não é de iluminuras, e sim de estrelas, no seu sentido mais metafórico possível e passível de aprovação, pois não é qualquer estrela que a gente pode pegar com uma caneca. Se uma onda atravessasse aquele caminho naquele mesmo momento, acho que eu mesmo assim estaria com um guarda-chuva na mão, preto e nebuloso, esperando tudo se passar dali para frente, esperando a espera de todos os tempos e dos três sinais. Cada passo das escadarias não faria nem mais nem menos sentido. Apenas seriam simples, como o foram. Meus pés teriam a mesma indecisão, a mesma espera; espera, que já vai ser a hora; espera, que a luz já vai e já volta; que já é hora de tremer e se alimentar de sonhos...
Eu pensei errado sobre tudo o que deveria ter acontecido e nem previ o que eu sentiria, a sertanidade mesma dos meus olhos e tudo o mais da luz e do escuro. As iluminuras me trouxeram lembranças que eu tive e não. Tenho certeza de que eu vou sentir falta e que a palavra que melhor me definiria agora é saudade.

Engraçado. Guimarães tinha mesmo razão: saudade é ser, depois de ter.

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