três palavras. três silêncios preenchendo os vazios da minha voz. a cada vibração das cordas vocais, um suspiro sai por onde o mesmo ar entrou. mas, o mesmo? sim, o ar é o mesmo. mudado, mas, essencialmente, o mesmo. cada partícula de vida possui a sua essência, assim pensamos todos nós. e continuamos e pensamos e dizemos e ditamos: a verdade é incorrigível. omitimos, no entanto, sua inalcançabilidade. todas as coisas são tangíveis, sim, mas adentrar um círculo é muito mais complexo - e completo - do que derreter-se, fundir-se. o que quer que seja.
três batidinhas na porta também possuem o seu significado. mas o que significa para cada um de nós três batidinhas na própria testa? um ato de coragem? de compaixão? piedade, auto-flagelação, impunidade, dor, raiva, medo, ódio, o que há de pior, e o melhor...? e o si-próprio que interpreta cada som, cada passo no abismo, cada audição nova e cada sibilo no espaço. tudo é metafórico demais, não há escapatória. somos um ponto numa folha negra, uma folha que convencionamos num só plano, mas, assim como as três palavras, os três silêncios e a cada uma das batidas, percebemos que não existe nem um nem dois caminhos. também não são três. mas o três é o mais-de-dois, o mil, o diverso. o diverso do universo e de nós mesmos. nós, eu e você, dois pequenos pontos que nem se enxergam um ao outro, tão grandes para si mesmos, pequenos demais para os outros. somos brilhos no espaço que não se enxergam, que não existem a olho nu. existirmos, ao que será que se destina?
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