domingo, 14 de agosto de 2011

desculpa eu ser assim, tão roberto.

é que eu sou daquele tipo de pessoa sonhadora que assistia os clássicos contos de fada da disney e acreditava, sinceramente, que alguém apareceria para me salvar da bolha que eu mesmo criei pra mim. sou daqueles que sempre acreditaram no sono profundo e na gota de sangue que sela um futuro feliz-para-sempre. contos, sempre contos que, para mim, serão, no futuro, uma realidade verdadeira e resgatadora de mim. um pinocchio de nariz aveludado, engolido pela baleia e mergulhado num sono profundo de mente que não cansa de acreditar. eu acredito, sim, num futuro ofuscante de brilho, com abóboras brilhantes e fadas flamejantes, um castelo e uma velha roda de fiar. máquinas e máquinas de escrever, tintas, pincéis, nanquim e chá-das-cinco todo-santo-dia. eu sonho alto, de uma altura que esse mundo não alcança. nem em são paulo, em nova york ou dubai: não tem arranha-céu que me alcance. não existe realidade que me resgate de um acreditar profundo nos meus sonhos-reias, com gosto de fantasia e goiaba. é essa saturação que se encharca em minhas artérias e me faz respirar mais profundo - suspirar. eu não sou daqui, não. sou de cima, te vejo daqui como ponto ou formiga. ai, ai.

eu na areia a esperar um alguém
que vem
e me tira daqui. porém,
porém, nem eu mesmo sei se alguém
pode me libertar de quem
sou eu.

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