terça-feira, 31 de janeiro de 2012

apaguei as luzes lentamente. ventava lá fora a ponto de eu não mais sentir as pontas dos dedos. mas, mesmo assim, permanecia com o cigarro de mentira envolto entre os dedos. eu queria sentir o poder e a magnificência que aquele ato tão mesquinho e sujo poderia me trazer. mas nada. nada poderia tirar de mim o sentimento profundo de solidão, nem mesmo um cigarro de verdade. um pouco de fumaça só me faria tossir e depois morrer. tristeza não era a minha meta pré-morte. também não digo que seja a felicidade, vez que ainda estou aqui, vivo, a contar ilusões e estrelas no céu. não quero o sol, não penso na lua e muito menos desejo uma companhia mundana. não falo também dos anjos, mas de algo que preencha muito mais do que um coração sangrando. não, não sei nome que identifique o que é. não sei se faz parte desse mundo, não sei sequer se conheço. sei que quero, que preciso, necessito, como ar para respirar, como energia para viver. preciso de ar flutuando e fazendo cócegas nos meus pulmões, preciso de raios ultravioletas cegando a minha vista, de grama furando meus pés e de formigas subindo pelos meus braços. quero sorrisos sinceros e amigos que dancem ao som de françoise hardy. quero uma vida simples.

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