segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Como poderia eu esquecer do coração?

Eu em casa, tela brilhante do computador à frente dos olhos; os óculos quebraram e é assim que a gente se vira: chegando pertinho da tela pra enxergar.
Mas não é sobre isso. Não é sobre nada disso; nem sobre a grama verde nem sobre o céu azul. Também não é sobre eles.

É sobre o baque no coração.
Simplesmente sobre o baque no coração.

Não falo daquelas paixões súbitas por pessoas, não. Não sou desse tipo previsívil e humanamente comum. Sim, sou um humano, demasiadamente humano. Justamente por isso. Por isso que amor não precisa ser por alguém. Pode ser por algo também, compreendam. Ah, não me venham falar sobre cortinas! Não é sobre esse tipo de amor que eu falo. É algo mais... bem mais sublime. É sobre o baque no coração, a flecha que atravessou de súbito. É... é a falta de palavras, é o som. Foi o som. Daqueles que se guarda para ouvir depois e que, quando ouvimos não poderia ser diferente. Já pelo nome... como poderia eu esquecer do coração?

No entanto, estou aqui, com sotaque de português de Portugal e tudo o mais.
Foi o trompete, meus dedos tentam dizer. Mas meu coração diz que não foi só isso. Os elementos únicos fazem sim sua música, mas unidos são muito mais belos.

Ainda acho que em certos momentos somos elevados desse mundo terrestre e ficamos pairando no ar. Não voltamos, colocamos o repetir, repetir, até ficar diferente. Mas não queremos que fique diferente. Vontade de ouvir até nunca mais... Vontade de chorar, chorar pela beleza, de alegria. Alguns diriam: "Um achado!". Qual o quê! Eu não achei nada, ele que me achou. Eu não estava nem prestando atenção, passeando - mesmo que tenham sido os olhos pela tela, nas cartas de baralho, novo vício peculiar...

Agora eu entendo o trabalho do cupido. Ao menos o meu cupido. Agora eu entendo... Mas eu não quero entender. Eu só quero ouvir, ouvir, e não deixar que fique diferente. Porque é lindo.

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