- acho que é terapêutico. sentar o dia todo, ler um livro, depois apagar as luzes e sonhar com qualquer coisa que seja.
- não sei, ana. eu realmente não sei. ultimamente tenho estado só, sozinho mesmo, em casa, no trabalho, no caminho da casa pro trabalho e na volta também. não sei muito bem o que é estar acompanhado. não mais. e o problema não é de solidão. não é que eu me sinta mal por estar só. só não me sinto bem. até porque, não sei o quê que é, preciso de alguém para me motivar. as coisas inanimadas não me motivam. inanimadamente. sabe, ana?
- ...
- talvez seja o pouco sol que eu tomo, não sei, talvez seja a falta de álcool. o sol congelado no abacate, semente... eu poderia pintar... eu poderia plantar uma árvore, sabia? sim, é claro que você sabia. você sabe de tudo que eu poderia fazer.
- olha... preciso lhe dizer a verdade: eu não sei de tudo. tipo, eu não sou uma espécie de onipresente, quiçá onipotente. sou só eu, ana, com letras garrafais impressas numa camiseta que eu uso em casa antes de dormir. essa sim sou eu, uma pessoa simples, sem michelle ou mariela do lado pra me fazerem cantar a tarde toda. porque eu me sinto obrigada. sabe, eu não sinto vontade de cantar. mas eu canto. eu canto. sabe por quê? porque as pessoas me pedem. e não há nada de mais em realizar os pedidos das pessoas. papai noel não faz isso?
- pois eu sempre achei que papai noel fosse uma farsa.
- olha... eu não vou mentir pra você: ele é uma espécie de farsa.
- !!
- mas não, não foi a mídia que o inventou. eu nem sei bem a história, mas, sabe, eu gosto dele. e é isso que importa. o importante é gostar das coisas, me entende?
- sim, eu entendo.
- e se você me entende... digo, e se você gosta, basta dar um passo à frente e realizá-las. compreende?
- sim, ana, eu entendo. digo, compreendo.
- e no final, dá no mesmo. lógico, assim como dois e dois são cinco (risos).
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