sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

o filho.

e se não houver mais manhã? se eu entrar por aquela porta e sentir as suas mãos geladas? tem que haver uma resposta para tudo? eu não sei muito bem o que pensar nessa horas, mas deveria eu realmente pensar agora ou simplesmente agir? mandar-te à merda ou ficar andando em círculos? ter idéias e jogá-las ao ar ou simplesmente tagarelar até você sair daqui? não sei mais se faço isso por prazer ou por pura enganação. não sinto mais nada a respeito de você. e se eu te disser que você é linda, isso sim me faria um mentiroso. o que ele teria feito? eu não sei de mais nada, eu não te conheço mais. desde aquela hora do banho até a batida do carro: eu não te conheço mais. os seus braços, sem ligaduras. suas costas, sem omoplatas. tudo em você mudou. toda sua estrutura física e toda a sua emocional. eu... eu não te reconheço. e eu... eu não queria admitir isso. não agora. mas é preciso. não consigo mais me enganar com seus vestidos floridos, seus braceletes prateados, até d'ouro você não fala. sei que nenhum destes pontos é pró ou contra ti, mas eu preciso me libertar de toda essa sensação que corrói a mim. queimar como fogo, esconder que nem máscara: é de tudo isso que eu preciso. amor. eu preciso de amor. amor verdadeiro. e não falo por mim. e nem por você. falo por todos, todos nós, SERES VIVOS. alguns momentos de chuva, de orvalho, de cheiro de terra, tudo muito popular brasileiro. sem mais dores, sem paixões. tudo muito sincero e profundo, tudo duradouro. não quero mais ouvir que o amor acabou. nada disso combina com... tudo numa mancha carnal na espinha dorsal. tudo no ventre, versículo quinze, apoteose da manhã. conjunção, conjecturação... não haverá necessidade de nada disso, me entende? não haverá mais homem para definir o que é o quê. haverá conformação em conhecer, mas não em definir. sem limitações, sem alucinações: real e infinito. assim que tudo vai ser assim que nosso filho nascer.

because she said: triangle would work for us. desenho: fernando weber.
porque depois, tudo ficará bem. assim como a calmaria do mar, o sol a fraquejar, a brisa a soprar nossos rostos felizes.

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