sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

pouco.

eles não olham, eles não cantam. basta o tato, grande mentecapto. decaptado do coração, restou-lhe apenas uma epopéia sem sentido nem mão. a cabeça, quem dirá? deja vus são bastantes na sua trajetória errante. basta-lhe um toco para que desmaie, um cotoco para que retorne ao lago de nascença. errante por natureza, enforcado pela luz do sol, anoitecido pela calmaria das águas marítimas: resta-me saber de onde vem o seu sonido. escusou-se na hora certa, propício a revelar palavras internas que é. como só, quiçá o marechal rondando-lhe a cabeçorra de papel, pássaro avoado, aviador, biscoito intergalático, roupa, epopéia sem fim nem tarde.
começo pelo verão, sempre a derreter a alongar sua porção de pôr-se ao mar, dragão animado que flutua e desliza pelo céu a procurar telefones de aniversariantes. cadernos, penas de pavão... pernas pra isso servem.
pássaro alado, pena de ganso, acolhe-me a alma, apanha-me em teu deserto, acolhe-me em tua alma, apanha-me o deserto. desertor dos insetos, palavras escaravélicas do senhor. copos de cristal se põem ao seu gongar. gerar receita é para fracos, dizia-lhe o senhor nicolau das vinte e uma. vinte e uma horas, o sol se põe a nascer-lhe no peito. e só.

você pode, por favor, ir?

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