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esses que nascem nas alcovas do mundo expressam sua imaginação criativa e limitada por muros estruturados através de conceitos que eu nem diria pré-socráticos. são coisas da sociedade-em-comum. todos só pensam em fim-virginiano, em fumaça, em esbórnia. uma flor que não tenha parte sexual alguma já é taxada de impotente, estéril, e aquela mulher que usa batom vermelho-forte já acham que corta os pulsos por prazer. pois que não. as mulheres, que se confundem com as flores, não são ocas, não são estéreis. vão além da fertilidade, posto que não são buracos ocos para derramar sangue. aquela doce menina que carrega uma flor na lapela de seu companheiro de colo desperta no céu a mais linda calmaria de pássaros que já nasceu com o sol. é mais que água de chuva, é mais que a coisa que eu nem sei. é tanto que nem copo de água se agüenta e transborda perto delas duas.
as águas dos rios derramam-se aos seus pés, num pranto profundo pedindo para que elas não partam. os corações dos mocinhos, que passeiam por ali pelo jardim, derretem-se de amores feito manteiga em dia quente de sol, sem nuvem, brilho que se vê no ar. e elas, cheias de coisas por dentro, sentem-se sós ao mesmo tempo em que estão juntas, pedindo por um ombro que as acolha, um banco que as assente e uma coberta que as esquente. não que sintam o frio do ar, mas o frio da presença humana e mesquinha que as tange só porque precisam definir e classificar tudo o que vêem. pois a rosa humana ainda vai brotar em qualquer menina de rua e os humanos ainda se arrependerão das falas ditas à essa criatura maravilhosa. os sonhos que eles desfizeram serão refeitos pouco a pouco, transformando o mundo em luz. desfeito em luz.
aqueles que anteriormente narraram a história nunca mais serão confundidos com os autores, esses eu-líricos desprezíveis e que, inevitavelmente, causam-lhes um catarro na garganta, uma dor incontrolável no coração e borboletas megeras na barriga. tudo vai para fora sem controle e ataca-se aquele que na verdade não o fora. mas tudo chegará à sua solução e o mundo ficará límpido, com as moças mais lindas e belas, da forma que essa beleza seja vista. a outra parcela feminina, aquelas não-objetos, aquelas que são as mulheres, as flores, as mulheres... tudo é flor, afinal.
eu sou apaixonada pelo jeito que cê escreve hihi
ResponderExcluirtexto lindo.
''os corações dos mocinhos, que passeiam por ali pelo jardim, derretem-se de amores feito manteiga...'' amei essa parte!
invejo demais toda a sua criatividade e toda essa relação "amorosa" divina que você tem com as palavras! mas é inveja da boa, tá? e ó, quando eu crescer, quero escrever bonito assim feito você, tá? :)
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